O GRANDE SUSTO | Group Show curated by Guilherme Teixeira | São Paulo, Brazil
CLUB, Daniel Albuquerque, Ilê Sartuzi, Gabriella Garcia, Gustavo Torres, Janina McQuoid, Juliana Frontin, Cleo Döbberthin, Eduardo Araújo, Bruno Baptistelli, Marc do Nascimento
Alguém um dia nos disse a respeito toda a necessidade da escala humana mas pouco nos disseram sobre se inclinar em direção a proporção grotesca e os sobressaltos que assolam nossa parca ideia de sonho e vigília. Não buscamos aqui a volta aos velhos textos estéticos sobre o caráter das estranhezas que circundam os espaços que adentramos, mas a empatia que tecemos com as formas que se enunciam por meio de sintaxes tortas, sincopadas, ou sobre como suas contradições internas se apresentam a nós e também do modo como, sem psicologismos, concebemos figuras que assombram e cerceiam; dos meios que os corpos e os objetos se tornam matéria e então discurso e então aquilo que cremos ser real mas que só existe em nossos devaneios; da necessidade latente de dar forma à desfamiliarização. Os objetos que tratamos aqui muito se encontram em um estado entre sua função original e sua materialidade primeira, como fantasmatas que suspendem os segundos entre um passo e outro de uma dança a qual, em algum momento, acabamos por esquecer qual era (nem sempre é fácil falar sobre o que foge à memória).
Nesta semântica das aparições, atentar ao modo como os objetos se comportam em relação ao espaço é também atentar sobre os modos como nossos corpos os entremeiam, como lidamos com aquilo que nos sobressalta, como fruimos os deslocamentos e sussurramos ao ouvido do que é inóspito. Tenhamos que até certo ponto o que há é o estranho e nosso convívio com a incerteza, ou sobre a noção que temos intimamente de que algo perturba o familiar, o doméstico, o interno, algo cujo caráter ainda foge ao nosso léxico.
- Guilherme teixeira








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